Ficha Técnica
Entrevistado: Maurício Brito
Entrevistadores: Carolina Marchesin, Joseli Mendonça, Nei Luiz Moreira de Freitas e Pamela Fabris.
Local: Curitiba (PR)
Data: 06/04/2018
Duração: 1h 53min 19 seg
Páginas: 36
Degravação: Julyane Cequinel Hul
Como referenciar:
BRITO, Maurício. Entrevista a Joseli Mendonça, Nei Luiz Moreira de Freitas, Pamela Fabris e Carolina Marchesin. Curitiba (PR), 06/04/2018. Disponível em https://afrosul.com.br/entrevistas/
Abreviações:
C.M. – Carolina Marchesin.
J.M. – Joseli Mendonça.
M.B. – Maurício Brito.
N.F. – Nei Freitas.
P.F. – Pamela Fabris.
Procedimentos: Sr. Maurício nos entregou algumas fotos soltas e algumas páginas destacadas de um álbum. Digitalizamos todas as fotografias e conversamos observando as imagens digitalizadas.
Para facilitar a visualização das fotos ao longo da leitura, reproduzimos a páginas inteira do álbum quando as fotos nela afixadas passaram a ser referidas; a seguir reproduzimos cada uma das fotos da página, à medida em que iam sendo mencionadas.
J.M – Então tá. Bom, hoje é dia seis de abril de 2018. Estamos Pamela, Nei, Carol, eu: Joseli, e o Maurício na sala do CEDOPE às dezoito horas. A gente vai hoje olhar as fotos e o Maurício vai nos contar o contexto das fotos e fazer uma… um reconhecimento delas. Então a gente fez assim, Maurício, a gente numerou, tá? Então a gente sempre vai fazer menção ao número e tentar… Vocês me ajudem a prestar atenção nisso porque senão depois a gente não consegue saber a qual foto ele está se referindo, tá? Geralmente quando se faz esse trabalho com reconhecimento, que tem a imagem, depois, na gravação, a gente não consegue, não é? Então precisa sempre tomar muito cuidado na… Não é?
M.B. – Sim, sim.
J.M. – Então a gente vai abrir essa foto aqui, olha. A Carol numerou, é a foto 1, está vendo? Então esta foto, essa imagem, ela… Essa imagem, ela tem três fotografias, é?…
JM – … Essa maior, que tem esse grupo grande aqui que tem essa legenda 12º Encontro Masculino do Movimento de Emaús. O que que é?
M.B. – É um movimento ligado da Igreja Católica, não é? E que fazia, não sei se ainda faz, é? Que eles têm o cursilho, não é? Para casais. E esse Movimento de Emaús era para os filhos dos casais. Para ter o… Como é que é? Como é que chama? Não chega a ser evangelização, não é? Já é fase adulta, não é? Então é evangelização, acho que é isso aí. Era um encontro que ocorria no Mossunguê, quando o Mossunguê era lá longe, não é? Então… [riso] Então eu participei várias vezes desse encontro. Nesse aqui eu já participo como integrante do…
J.M. – Cadê você aqui?
M.B. – Aqui, olha.
J.M. – Ah, sim. Você está aqui. Então na primeira fileira [na verdade a segunda, considerando a primeira formada por três rapazes]. Um, dois, três, quatro, quinto da esquerda para a direita, não é?
M.B. – Sim, acho que esse aí quando eu fiz… Eu fui o… Eu fui, assim, o… Depois eu participei como membro da equipe, não é? Parece, eu acho que mais uns três. Aí o ano está ali, setenta e quatro.
J.M. – Setenta e quatro, é. A sua família era católica?
M.B. – Não necessariamente. Católico é uma religião que está, não é? Está dentro aí, está dentro da nossa sociedade, não é? Não é… Não praticava… Não era… Não era praticante, não é? Eu fui, nesse trabalho… Nisso aí eu fui mais porque fui… Amigos que me levaram.
J.M. – Ah tá, acabava sendo um espaço, assim, de encontrar amigos?
M.B. – É, foram amigos que me levaram e depois eu fui, daí eu levei minha irmã também e tal. A gente se envolveu, daí… Com esse grupo aí, não é? Mas não partiu da minha família essa… essa participação aí. Foi de amigos que tinham participado e me convidaram, daí eu fui.
J.M. – E era bom?
M.B. – Era bom, sim. Era muito bom. Era muito bom. Porque tinha uma dinâmica, né? De atividades, de práticas e de palestras, né? E no final, quando você estava lá fechadinho e tudo, feliz da vida, aparecia a tua família. Então, aquela surpresa.
J.M. – É, eu acho que eu andei fazendo umas coisas dessas, assim, mas eles chamavam lá de Encontro de Jovens em Cristo, alguma coisa assim.
M.B. – É mais ou menos. Eu acho que é a mesma…
J.M – É, eu acho que é a mesma coisa.
M.B. – É a mesma história.
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J.M. – Tem essa outra foto.
M.B. – Essa aqui é também… Olha, veja bem. Se você for analisar, essas pessoas que estão aqui [refere-se à foto anterior], estão aqui.
J.M. – Certo, essa do Cristo, aqui, não é? Com os braços abertos.
M.B. – É, que daí nós jantamos e tal… Esse aqui era um estudante de medicina, acho que era médico… Trabalhava com… Estava fazendo estágio em Pitangueiras, era do interior de São Paulo, ele estava morando no Rio…
J.M. – Tá, esse aqui que é o terceiro da direita para a esquerda na primeira fila.
M.F. – É. O… Ai, agora o nome dele… Acho que esqueci… Cupiri… Cupiri.
J.M. – E era teu… Teu amigo, assim, de vocês?
M.B. – É, é. Desse grupo. E ele estava morando no Rio, então ele falou: “ah, vamos para o Rio”. Porque daí todo mundo ficou empolgado com a coisa da evangelização e queria conhecer lá o Rio, conhecer o Mosteiro de São Bento, né? Alguns deles, inclusive, desses aqui [referindo-se aos rapazes da foto], foram depois, entraram em alguns outros mosteiros e tal, mas não ficaram. Ficaram um tempo, não é? Então juntou um grupo aqui e fomos para o Rio de Janeiro, né? Foi uma aventura, né? Porque eu tinha recém comprado meu primeiro carro, que era um Fusca…
J.M. – Que idade que você tinha aqui?
M.F. – Aí eu tinha 23, 24 anos. Daí eu tinha comprado um carro aqui e daí resolvemos ir de madrugada para o Rio de Janeiro, as famílias ficaram loucas da vida [riso], porque era perigoso essa estrada para São Paulo, não é? E então a gente foi lá, mas foi tudo bem.
J.M. – Mas foi todo mundo dentro de um Fusca?
[risos]
M.F. – Não, alguns já estavam lá.
J.M. – Ah tá.
M.F. – Esse aqui já estava lá, uns foram de outra maneira. Nós fomos em quatro, eu acho. Quatro ou cinco. Nós fomos em quatro, cinco… Fomos com o… Acho que em cinco… Acho que fomos nós, esses três aqui. Eu, mais esses dois e esses dois aqui. Esse aqui eu não sei quem é. Esse morava no Rio. E esse aqui estava perdido lá. Então somos a… Fazia essa…
J.M. – E esses amigos, assim, eram… O que que… Não era da escola? Porque se eles… Esse aqui já devia ser mais velho, não é? Estudante de medicina…
M.B. – É. Não, é que é o seguinte: tem uns amigos aqui… Esse aqui que era do… Meu amigo do Colégio Militar. Então a gente, depois que saiu do Colégio Militar, a gente continuou amigos, tá? Daí ele foi convidado por esse aqui que era amigo dele, daí foi convidado por outro e daí foi emendando.
J.M. – Forma uma rede, não é?
M.B. – Então foi essa… Essa relação que teve aí.
P.F – Esse aqui foi em que ano, Maurício?
M.B. – Acho que setenta e cinco, provavelmente. Deve ser um ano depois. Esse aqui foi em setembro, não é? É, que eu comprei meu primeiro carro em setenta e cinco, estava no Banco Central, e aí resolvemos pôr o carro à prova.
J.M. – Você trabalhava nessa época no Banco Central?
M.B. – No Banco Central.
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J.M. – E essa outra foto aqui?